Plenária debateu situação atual do país e medidas a serem tomadas

Técnicos Administrativos em Educação, professores e estudantes estiveram reunidos na manhã de quarta-feira para debater sobre o cenário brasileiro com o movimento dos caminhoneiros e petroleiros e também ações que podem ser tomadas diante do mesmo.

A reunião aconteceu no Auditório B2 anexo ao Prédio 17 e culminou com a organização de mais uma plenária no dia 7 de junho, às 15h, no Auditório Sérgio Pires (anexo ao Prédio 17), para a organização de uma agenda de lutas. A data é também o Dia Nacional de Luta pelo Serviço Público e, além de atividades alusivas à data, haverá debate sobre os hospitais universitários na UFSM e na Câmara dos Deputados.

Uma carta em solidariedade à greve foi construída com os presentes e buscou ressaltar a necessidade da liberdade democrática em razão dos pedidos de intervenção militar. “As pessoas pedem com isso uma autoridade, mas intervenção militar é sempre ditadura”, disse o vice-presidente da Sedufsm, João Carlos Gilli.

Conjunturas

Durante a plenária, os participantes analisaram diversos pontos do cenário atual. Entre eles, Venice Grings, integrante da diretoria da ATENS/UFSM que compunha a mesa da plenária, ressaltou que é preciso avaliar a greve dos caminhoneiros mais amplamente.

“Não é só a crise no abastecimento, temos que rever o que compramos, que comércio incentivamos, e como nos unirmos para não deixar passar essa oportunidade de melhorar o país, pois o que temos é uma população que está a for da pele e exige intervenção militar”, avaliou Venice.

Alcir Martins, representando a Assufsm, apontou que a greve pode nos fazer rever nosso modal de transportes de mercadoria e de dentro das cidades – o atual sistema viário é defendido no Congresso Federal pois os beneficia. O dirigente ressaltou a quebra de isonomia no trato com os segmentos pela Universidade, apesar da suspensão das atividades, os TAEs estão de fora desta medida e seguem tendo que ir para a universidade. “Vejam como a UFSM trata de forma diferente seus técnicos e seus docentes, a diferença no controle do tempo de trabalho” resumiu.

Os participantes ainda salientaram que a greve é política, assim como a política de preços estabelecida pela Petrobrás e que o movimento dos caminhoneiros e dos petroleiros está sendo criminalizado pelas instâncias superiores da justiça federal. Foi de consenso que a ações do governo vão pesar para toda a população pois a redução do preço do diesel se dará através do corte de benefícios sociais. Isso afetará também a universidade que já vive uma situação tensa com a EC 95. O passo que está sendo dado pelo Governo seria, na opinião dos presentes, para privatização da Petrobrás.

Docentes sem reposição

A professora Helenise Sangoi alertou para informação divulgada pelo Andifes na qual uma medida provisória aponta para a não reposição de professores para este segundo semestre, bem como para a possibilidade do pagamento do salário dos docentes através de fundações. Segundo ela, essa medida fere a carreira dos professores e poderá resultar na cobrança de taxas em cursos da UFSM. “Isso é uma ousadia do governo, estamos incrédulos”, disse durante a plenária.