Nem sempre a história cabe em uma linha do tempo. Muitas vezes, ela pulsa nas ruas, nas fábricas, nas universidades, nas assembleias e greves, no silêncio de quem insiste em continuar a luta. O Dia da Luta Operária, celebrado em 9 de julho, é uma dessas datas que não se encerra — ela ecoa.
Ela tem origem na Greve Geral de 1917, em São Paulo. Mais de um século depois, essa mobilização ainda nos ensina. Não só pela resistência contra jornadas exaustivas e salários indignos, mas pela coragem coletiva de dizer “basta” em um país que naturaliza a exploração. A morte do jovem sapateiro José Martínez, assassinado pela repressão policial durante as manifestações, tornou-se símbolo do que está em jogo quando trabalhadores se organizam: não apenas melhores condições de trabalho, mas o direito à própria vida.
Essa história, por vezes relegada a notas de rodapé, é parte fundamental da conquista dos direitos que hoje consideramos garantidos. Mas será que esses direitos estão efetivamente assegurados?
O que ainda é luta?
No Brasil de 2025, falar em luta operária não é saudosismo. É urgência.
A precarização do trabalho assume novas formas: flexibilização, terceirização, desmonte dos serviços públicos, reforma administrativa, sobrecarga emocional e técnica. Esses retrocessos chegam silenciosos, disfarçados de modernidade, tornando ainda mais imprescindível a existência de sindicatos firmes e atuantes.
ATENS/UFSM: entre a memória e o compromisso
A ATENS/UFSM representa mais que uma categoria: é uma postura diante do mundo. A luta acontece não só em plenárias ou manifestações públicas, mas em cada ação cotidiana: em servidores que se recusam a naturalizar a sobrecarga, em debates internos que questionam o modelo instituído, em aposentados que seguem ativos e nos lembram que o que temos hoje foi conquistado com muita coragem e enfrentamento.
O sindicalismo que nos move é aquele que se enraíza firme, atento e conectado com o presente. Respeitar as trajetórias de trabalho não é pauta isolada — faz parte de uma visão integrada de futuro. Um futuro onde a vida não seja sacrificada em nome da produtividade, mas cuidada, nutrida e respeitada.
Uma data que não se apaga
O Dia da Luta Operária não é apenas homenagem ao passado, mas um chamado à responsabilidade.
Não basta lembrar: é preciso resistir, questionar, propor e se organizar.