CONSU reúne-se com comunidade e emite nota contrária ao Future-se

Na manhã desta quarta-feira, 2 de outubro, o Conselho Universitário realizou sessão extraordinária aberta à comunidade acadêmica com o objetivo do encontro foi debater o Future-se, projeto apresentado pelo Governo Federal.

Na presença do reitor e vice, além dos conselheiros, 15 pessoas da plateia e representantes das entidades das categorias da UFSM tiveram espaço para expor suas ideias a respeito do Future-se. Após as falas do público, os conselheiros se manifestaram relativamente à construção de uma nota que será emitida pela UFSM sobre o Future-se.IMG_20191002_082718257

A nota revela a posição da universidade como contrária ao projeto elencando diversas considerações sobre os motivos desta atitude. Você pode conferir aqui a nota. Foram incluídos no texto referências à assistência estudantil e às ações afirmativas.

Apesar do clamor popular para que o documento apontasse a rejeição do projeto como um todo, o reitor encerrou a reunião e aprovou a nota apenas como contrária ao Future-se – o que segundo o debate dos presentes daria margem para aceitar alguma outra medida semelhante ou mesmo o próprio projeto, caso tenha alguns pontos alterados.

Em suas falas, o público presente e os conselheiros apontaram que era importante rejeitar na integralidade o projeto, já que ele sujeita a educação ao mercado financeiro (o que prejudica cursos de licenciatura, de humanas e formação de professores) e deixa de lado a assistência e permanência estudantil. Conforme os conselheiros, o Future-se ignora a realidade de cada universidade e o fato de que toda a pesquisa é um risco não sendo possível, portanto, fazer gestão de riscos como no mercado financeiro.

IMG_20191002_085303846 “Não há evidência de que a gestão privada seja melhor nem na Educação e nem na Saúde. Entregue ao mercado, definhamos: pode faltar penicilina se não for lucrativo. É muito sofisticada essa proposta do Future-se porque faz os mais ingênuos pensarem que vai captar recursos aqui na comunidade, mas não. Essa proposta é captar recursos do Estado apropriar-se das instituições públicas para coloca-las na lógica do mercado. Nós da Saúde sabemos que o mercado não consegue enfrentar desastres. O setor privado não está preparado para gastos catastróficos. Quem enfrentou o desastre da Boate Kiss, por exemplo, fomos nós da saúde pública”, disse a conselheira Liana Righi, professora do CCS.

A fala vai no sentido da do presidente da ATENS/UFSM, Clóvis Senger, que ressaltou que os recursos investidos na UFSM atingem toda a região, sendo, portanto uma luta de todos. “O patrimônio da população, construído com o dinheiro de seus impostos, está correndo o risco de ser entregue ao setor privado que fará a gestão do mesmo baseado no que o mercado precisa e não no que a população precisa”, argumentou Clóvis, que apresentou a posição da ATENS/UFSM pela rejeição ao Future-se.IMG_20191002_082637235

 

Você pode conferir toda a sessão extraordinária aqui e a notícia no site da UFSM neste link.